Hygienic Design Conference: projetando Segurança no setor alimentar

O engenheiro De Benedetto abriu a conferência com uma apresentação sobre o estado da arte e a evolução da legislação em Segurança de Máquinas Industriais.

Após uma análise aprofundada das principais normas, como EN 1672-2 e EN ISO 14159, De Benedetto explicou como a Avaliação de Riscos, seguindo a metodologia descrita na EN ISO 12100, se aplica aos setores alimentício, químico e farmacêutico para garantir que os equipamentos atendam aos mais rigorosos padrões de segurança e conformidade.

Em seguida, Giampaolo Betta focou-se nos riscos microbiológicos enfrentados por consumidores e operadores no setor alimentar, analisando dados recentes do RASFF sobre a contaminação por patógenos. Betta enfatizou como o design higiênico (Hygienic Design) é essencial para prevenir o crescimento de micro-organismos em ambientes de produção de alimentos e apontou como o conceito de Hygienic Design é formalmente reconhecido e valorizado por instituições de referência como a EFSA, GFSI, e EHEDG.

Andrea Tanzini abriu a segunda parte da conferência com uma análise detalhada do papel da robótica no setor alimentar. Ele demonstrou como a automação robótica pode reduzir os riscos de contaminação, melhorar a segurança dos operadores e aumentar a produtividade. Com um design voltado para ambientes sanitizáveis e compatibilidade com detergentes e desinfetantes, os robôs higiênicos de última geração atendem aos desafios do setor alimentício, oferecendo soluções altamente especializadas.

Gabriele Mastrandrea apresentou as referências normativas sobre Proteções industriais, que devem ser projetadas e construídas de acordo com a norma EN ISO 14120, enquanto para ambientes da indústria alimentar também se aplica a EN ISO 14159 relativa aos requisitos de higiene. Mastrandrea aprofundou nesta norma, ilustrando as especificações de uma Proteção higiênica e esclarecendo que o uso exclusivo de componentes de aço inoxidável não é suficiente para atender aos requisitos de limpeza.

Destacando as principais características – redução da superfície de contato com o piso, inspecionabilidade dos componentes e minimização de superfícies horizontais – Mastrandrea mostrou como uma Proteção Perimetral para ambientes alimentares atende simultaneamente às necessidades de segurança e higiene. A escolha das Proteções deve sempre ser precedida por uma Análise de Riscos conduzida de acordo com a EN ISO 12100.

Para concluir a sessão, Andrea Grassi descreveu os principais desafios no design higiênico dos dispositivos de comutação de segurança. Grassi abordou as melhores práticas para integrar sistemas de bloqueio em ambientes da indústria alimentar, destacando que esses componentes, devido à sua conformação, frequentemente apresentam desafios quanto aos princípios de design higiênico. Quando não é possível eliminar essas limitações, é fundamental adotar soluções alternativas, como a otimização do componente ou o uso de barreiras ópticas.

Durante a sessão de encerramento, os participantes tiveram a oportunidade de interagir diretamente com os palestrantes, promovendo uma troca animada de ideias, experiências e soluções práticas. Este momento informal, porém valioso, permitiu aprofundar os temas discutidos e fomentar novas conexões dentro do setor, enriquecendo o evento com perspectivas inéditas.